Irisina: o poderoso hormônio do esporte ajuda a evitar perda de memória
A irisina é liberada pelos músculos durante a prática de atividade física e pode proteger os neurônios dos efeitos tóxicos e de compostos associados que podem desencadear perda de memória e Alzheimer
Que o corpo humano não foi feito para ficar parado todo mundo já sabe, mas a prática de atividade física regular pode ir muito além dos benefícios que garantem um corpo esbelto. Essa estratégia simples de se movimentar com regularidade potencializa as estruturas da massa cinzenta e pode provocar uma verdadeira transformação cerebral capaz de proteger o seu cérebro.
Isso acontece porque há uma série de substâncias no órgão, incluindo neurotransmissores como serotonina e hormônios, que juntos fazem uma reação química que determina o nível de concentração, memória, produtividade e até empenho cognitivo.
E mais do que isso: ao se movimentar, o desempenho da memória é ativado e pode retardar a ocorrência de esquecimentos nos estágios iniciais da doença de Alzheimer – doença que atinge cerca de 35 milhões de pessoas no mundo – e é marcada por perda de memória e redução da capacidade de planejamento.
Os benefícios são proporcionais: quanto mais movimentos físicos, maior ainda será a quantidade de endorfina liberada – outra substância capaz de produzir bem estar físico e psicológico que aumenta a capacidade de concentração e atenção – pontos essenciais para manter a boa memória e ainda aumentar a performance intelectual e a capacidade de trabalho.
Além da prática de exercícios físicos regulares, outra forma de aumentar a produção de irisina é através do consumo de ácidos graxos poli-insaturados, assim como o ômega-3. Dessa forma, o hormônio atuará também na diminuição da resistência à insulina, auxiliando a transportar glicose para dentro dos músculos e, consequentemente, diminuindo a glicemia.
Além da responsabilidade sobre a comunicação dos neurônios no cérebro e também para formação de memórias, é essencial manter os níveis desse importante hormônio em alta já que a irisina ainda tem a capacidade de transformar a gordura ruim em gordura marrom (aquela que acelera o metabolismo e continua queimando após o treino regular).
Se ainda te faltava alguma alavanca para deixar a preguiça de lado e levantar do sofá, acho que a irisina já te convenceu, não é mesmo? O seu cérebro vai te agradecer!
Dicas para sair do sedentarismo:
- Escolha uma modalidade que te agrade;
- Coloque como uma obrigação diária, nem que seja por apenas 30 minutos;
- Encontre um local para a prática que seja de muito fácil acesso dentro da sua rotina;
- Entenda que a incidência de quase todas as doenças podem ser minimizadas apenas com essa mudança de hábito simples da sua vida.
Referências:
LOURENÇO, M. V. et al. Exercise-linked FNDC5/irisin rescues synaptic plasticity and memory defects in Alzheimer's models. Nature Medicine. 7 jan. 2019.
BOSTRÖM, P. et al. A PGC1-α-dependent myokine that drives brown-fat-like development of white fat and thermogenesis. Nature. v. 481, n. 7382, p. 463-8. 11 jan. 2012.
CHEN, X. e GAN, L. An exercise-induced messenger boosts memory in Alzheimer's disease. Nature Medicine. 7 jan. 2019.